1. |
Água Minha
05:02
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Água minha minha anágua
Água minha água que car
Rega água minha que des
Água minha mágoa até o mar
Água minha lava minha
Alma lava a minha mágoa
Leva ao vulcão leve leva
Minha lava leve até o mar
Sepultadas no mar
Minhas marcas amargas
Eu lavo com sol e com sal
Pra que eu possa amar
Sem o fardo escuro
Dos dias que hoje lavados
Renascem do mar
Renascem do mar do mar do mar...
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2. |
O Faveleiro
04:58
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Na Bahia existe um arvoredo
Que se chama faveleiro
E tem histórias pra contar
Ao lado dele Antônio Conselheiro
Juntou índio e mandigueiro
Que livres podiam louvar
É triste, é bela...
A vida nos barracos
Lá no Morro da Favela.
Mas com a guerra de Canudos
Esse povo perdeu tudo
E só pôde foi chorar
Os que sobraram desse ataque traiçoeiro
Foram pro Rio de Janeiro
E começaram a batucar
É triste, é bela...
E a negada dos cortiços
Sentiu nesse canto triste
A sua realidade
E foi assim que nasceu o nome
Desse lugar onde hoje
O povo vive a batucar
É triste, é bela...
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3. |
Luares
01:48
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Não vestiram todas as palavras
Apenas aquela que estava nua
Tinha saudades, dava choques elétricos
Pedia que lembrassem dela
Tinha chegado há dias na estação
Parecia eterna colada na coluna
Diriam um musgo se a tivessem visto
Mas não a viam, pois invisível era
Aos olhares apressados dos passantes
Salvo os pedintes, pois nela reconheciam
A impressão incômoda daqueles
Que são olhados como se não fossem vistos
Aquela lá não escandalizava
Mesmo se seus gritos surdos despertavam os cães
Pensavam que era a lua, mas era ela
Monumental, esquecida, azul
Pedia esmola que nunca davam
Pois a olhavam, mas não a viam
Havia, contudo, um velho
Que quando em vez vinha consolá-la
Com sua viola de ferrugens
Era cego e por isso sabia
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4. |
Entrelinhas
04:50
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Você me deixa
Sem palavras
E eu me deito
Na tua página
Você se deita
Sem palavras
E eu me deixo
Na tua página
Entrelinhas
Entre nós
Uma ilha
Cem mil nós
Uma linha
Entrenó
É o que liga
Nossos sóis
No ar
Elos
Teu corpo
É mais que um gesto
Teu silêncio
Não é mais mistério
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